Como ensinar às crianças sobre dinheiro?
Seu filho pede sempre para comprar algo quando vocês vão ao shopping. Por mais que você explique, ele esperneia, chora e não entende que você não tem dinheiro para comprar algo ou não é o momento certo para isso. Mesmo uma criança tem capacidade de entender como funciona o dinheiro e a importância dele na sociedade. Mas como fazer isso?
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É importante que além dos passeios e dos brinquedos, você tenha um presente mais imediato em mãos, como um doce ou 30 minutos de videogame depois da criança fazer as tarefas obrigatórias. E quando der o “presente final”, a criança também deve saber que só ganhou aquele presente porque se comportou bem. E não vale amolecer o coração e dar o presente se ele não se comportar bem.
Já entre os 6 e os 12 anos, as crianças já passam a entende um pouco melhor o que é o dinheiro. Você pode até passar a dar uma pequena “mesada” para eles. Algo em torno de R$5 a R$10 por semana já são válidos. Se você tem filhos mais novos, eles tem que entender que os mais velhos ganham um pouco mais porque tem mais gastos, e eles irão ganhar mais quando envelhecer. O dinheiro deve ser um jogo aberto entre a família.
Mas eles não devem fugir das tarefas de casa não. Com essa idade, eles já podem ajudar na limpeza e organização de casa, além de terem de estudar. Estes comportamentos são recompensados com a mesada. Já vi famílias que faziam até um programa de metas e de bônus para as crianças. Isso pode incentivá-las a trabalharem em grupo. Mas faça metas realistas e que realmente os coloquem juntos.
O dinheiro que você dá também pode ser um bom começo para ensiná-los a economizar. Peça para que eles separem 20% de suas mesadas por semana. Ao final do mês, quem conseguir poupar os 20%, recebe uma recompensa financeira. E estes 20%, junto com a “recompensa”, vão para uma conta poupança. Dê um presente físico também, algo que a criança realmente goste, para que ela relacione o ato de poupar com um bom sentimento.
A partir dos 12 anos e até os 16, os adolescentes saem um pouco mais e tem mais obrigações. Se eles tem irmãos mais novos, eles devem ajudar nos cuidados com os irmãozinhos em casa, além das tarefas caseiras. Como um pouco mais é demandado deles, principalmente nos estudos, eles merecem uma quantidade maior de mesada, algo em torno de R$20 por semana ou até mais. Os bônus podem ser semanais ou mensais, baseados em notas, comportamento em casa, completar ou não tarefas que foram dadas. A partir dos 14, você pode incentivar seus filhos a te ajudarem em seu trabalho, se existe essa possibilidade, pagando um “salário” por isso.
A partir dos 16, os jovens já podem procurar um emprego de tempo parcial para pagar boa parte de seus custos. Eles podem inclusive trabalhar de casa, com a quantidade de trabalhos que são oferecidos pela internet hoje em dia. Regule bem o tempo de trabalho dos jovens, pois eles tendem a ficar iludidos com os salários e deixam os estudos e outras coisas de lado. Se os estudos do jovem não o deixarem trabalhar nessa idade, peça que ele colabore de outras formas.
Quando o jovem chega na maioridade, uma boa parte deles ao redor do mundo já quer sair de casa. Se este for o desejo de seu filho, deixe claro que você não irá sustentá-lo e ele terá de trabalhar para isso. Você lógico, irá ajudá-lo a se sustentar. Mas a ideia aqui é ensiná-lo que a independência vem com um preço, que é o esforço pessoal para conciliar sua vida com os estudos e o trabalho.
Se você educou seus filhos corretamente, quando eles chegarem aos 18 anos, já saberão como poupar, já terão uma boa quantia de dinheiro poupada como um fundo de emergência e saberão se planejar financeiramente. O papel do pai e da mãe como suporte nunca irá acabar. Deixe claro para eles que tem um porto seguro e que você estará lá para ajudá-los. Vocês sabem o quão difícil é começar uma vida financeira e facilitar para seu filho não é um pecado. O pecado é querer fazer tudo por ele e não deixar ele ver que os esforços pessoais podem levá-lo longe.
Sobre o autor
Crédito ou débito? Esta é uma pergunta quase sempre feita ao se pagar com cartão mas é uma questão também comum na vida de muitos brasileiros. Com mais de 300 horas em cursos de finanças, empreendedorismo, entre outros, André formou-se em pedagogia e se especializou em educação financeira. Dá também consultorias financeiras e empresariais quando seus clientes precisam de ajuda e compartilha conhecimentos aqui neste site.
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