O que são debêntures e por que investir neles?

Em Educação financeira por André M. Coelho

Debêntures são títulos que empresas vendem no mercado para obterem capital para executar obras, melhorias ou investimentos. É um processo semelhante a pegar um empréstimo, mas os juros são transformados em lucro para os compradores das debêntures. A debênture tem um período determinado de duração de compra, uma data de vencimento da debênture. Após este período, a empresa que vendeu a debênture pagará aos “emprestadores” do dinheiro os juros para o investimento feito.

Permutável. O investidor recebe, por sua própria opção, ativos ou ações da empresa, como forma de pagamento.

Conversível. O valor de resgate pode ser trocado por ações, na forma prevista nos documentos de emissão, por opção do investidor.

O mais importante aqui, é que até dezembro de 2020, debêntures incentivadas de empresas dos setores de transportes, logística, saneamento, energia, educação, saúde, hídrico e ambiental são isentas do pagamento de Imposto de Renda Retida na Fonte (IRRF) sobre o lucro obtido. Ou seja, se uma debênture paga 13% sobre o capital investido, no seu vencimento, ela vai pagar esse valor líquido, sem o desconto do Imposto de renda.

Cuidado ao investir em debêntures

As debêntures são investimentos seguros, mas não espere que elas sejam uma poupança futura sem riscos. (Foto: divulgação)

Cuidados ao investir em debêntures

Aqui estão os principais riscos que podem afetar o retorno de sua debênture. Vale um lembrete: a grande maioria das debêntures tem um valor mínimo ou valor fixo de compra, ou seja, você precisa do capital para investir em mãos.

Risco de inflação

Como os pagamentos de juros das obrigações é fixa, o valor da debênture pode ser corroído pela inflação. Quanto maior o prazo do vínculo, maior o risco de inflação. Por outro lado, os títulos são uma proteção contra a deflação, principalmente em frente à títulos atrelados à inflação quando a previsão é de queda da mesma.

Risco da taxa de juros

Os preços das debêntures se movem na direção oposta das taxas de juros. Quando as taxas sobem, os preços dos títulos caem porque novas debêntures emitidas pagam cupons mais elevadas, tornando-os debêntures de menor rendimento. Por outro lado, os preços das debêntures sobem quando as taxas de juros caem porque os pagamentos mais altos sobre os antigos títulos são mais atraentes em relação às taxas mais baixas oferecidas nos mais novos. Quanto maior o prazo do vínculo, maior a flutuação de preços – ou volatilidade – que resulta de uma alteração nas taxas de juros.

Note-se que as flutuações de preços só importam se você pretende vender uma debênture antes do vencimento, quando a debênture permite isso. Se você mantiver o investimento, você receberá o valor total no final do prazo.

Risco de “chamada”

Muitos emissores de debêntures se reservam o direito de resgatar, ou “chamar” os seus debêntures antes do vencimento, quando o emitente é obrigado a pagar aos obrigacionistas apenas o valor nominal das debêntures. Normalmente, isso acontece se as taxas de juros caem e o emitente vê que pode reduzir os seus custos com a venda de novos títulos com rendimentos mais baixos.

Se acontecer de você possuir uma das debêntures chamadas, não só você pode ter menos do que o preço de mercado da debênture, mas você também tem que encontrar um lugar para reinvestir o dinheiro. Devido ao risco de que você não vai conseguir o dinheiro que espera, os títulos resgatáveis ​​costumam pagar uma taxa de juro mais elevadas. Então, quando você compra debêntures, certifique-se de não pedir apenas sobre a data de vencimento, mas se é possível que a debênture possa ou não ser “chamada”.

Risco de crédito

Este é o risco de que o emissor da debênture não será capaz de fazer seus pagamentos a tempo, e isso depende do tipo de ligação que você possui e da saúde financeira do mutuário. Agências como a Standard & Poors e Moody avaliam empresas, cidades, estados e países para o seu merecimento de crédito. As obrigações de emitentes mais fortes são classificados como triplo-A, caindo de acordo com o a possibilidade (ou não) do pagamento das debêntures.

As debêntures da mais alta qualidade são segurados por empresas da área, mas há um trade-off: debêntures segurados tipicamente rendem menos que debêntures não segurados. Além disso, o seguro garante apenas o seu interesse e o principal; ele não irá protegê-lo contra a taxa de juros ou risco de mercado.

Risco de liquidez da debênture

Enquanto há sempre um mercado pronto para debêntures super-seguros, outros mercados, podem ser altamente ilíquidos. Isso significa que quando você recebe debêntures na forma de ações pode ter em mãos ações que não serão facilmente traduzidas em dinheiro no seu bolso.

Estratégia de diversificação com debêntures

As debêntures tem um rendimento geralmente acima de 10%. Comparados com investimentos similares, como investir no Tesouro Direto, tem uma rentabilidade semelhante, levemente superior em alguns casos. Em uma estratégia de diversificação, ou seja, na construção de sua carteira de investimentos, Tesouro Direto e Debêntures devem ser tratados como investimentos da mesma categoria, desde que a debênture seja do tipo Simples.

O debênture permutável deve ser equiparado à ações na análise de risco. Mesmo que possa ser trocado por ativos da empresa, tais ativos e as ações dependem de variações no mercado do qual a empresa faz parte, e devem ser analisados e projetados para o mesmo período de “custódia” da debênture. O debênture conversível é equiparado à ações também. Só que sua diferença para o debênture permutável é que ele vai entrar um pouco na área especulativa, no alto risco, aumentando o mesmo gradativamente junto com o tempo de custódia que o título ficará com a empresa antes do resgate.

Tanto o permutável quanto o reversível devem ser analisados com os mesmos critérios de análise para ações. O debênture do tipo simples deve receber uma análise de mercado futuro e considerar a nota de crédito das agências internacionais, para garantir que eles serão pagos.

Debêntures sem incentivo talvez possam valer a pena, mas o investidor deve calcular a rentabilidade real do investimento, levando em conta também a inflação do período de custódia.

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Sobre o autor

Autor André M. Coelho

Crédito ou débito? Esta é uma pergunta quase sempre feita ao se pagar com cartão mas é uma questão também comum na vida de muitos brasileiros. Com mais de 300 horas em cursos de finanças, empreendedorismo, entre outros, André formou-se em pedagogia e se especializou em educação financeira. Dá também consultorias financeiras e empresariais quando seus clientes precisam de ajuda e compartilha conhecimentos aqui neste site.

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