Vale a pena comprar um imóvel para alugar?
A não ser que você esteja comprando um imóvel novo, na planta, e planeje utilizar o dinheiro do aluguel para pagar parcial ou integralmente as parcelas de um financiamento para, assim que estiverem quitadas, você passar a morar na residência, não vale a pena comprar um imóvel só para alugar. Por que?
Na cultura brasileira, estamos acostumados com a supervalorização da propriedade. Eu acredito, sem dados científicos para comprovar minha crença, que temos isso de herança de tempos coloniais, onde a terra era sinônimo de riqueza. Contabilmente falando, tal afirmativa não se suporta por muito tempo. A compra de um imóvel, apesar de ser um investimento supervalorizado no Brasil, é um investimento pobre e que envolve custos operacionais e a depreciação do mesmo. Em questão de investimentos, até a compra de um imóvel para a venda do mesmo é um investimento considerado “ruim” pela maioria dos investidores. Como assim? Com um foco mais específico no aluguel, como pode ser um mal investimento? Afinal, eu estou recebendo para poder ceder minha residência para alguém.
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Vamos pensar em um imóvel de R$200.000,00 e que tenha sido alugado pelo valor de R$2.000,00, o que não foge muito da realidade. Poxa, eu passar a viver com R$2.000,00 por mês, sem fazer nada? Demais, não? Se você é um leitor assíduo de nosso blog, sabe que pensar em números engana muito. Portanto, vamos colocar esses R$2.000,00 em porcentagens: esse valor corresponde a 1% do valor investido no imóvel. Um investimento que “rende” 12% ao ano é até aceitável, uma vez que a poupança renderá menos da metade disso, sem considerar as variáveis do mercado, como a inflação e os índices que são usados para o aumento do preço do aluguel.
Agora, vamos pensar no mercado financeiro, mesmo para quem está começando a investir. Existem muitas opções com rentabilidade mensal igual ou maior a 1%, mesmo se estivermos envolvendo os custos operacionais e os impostos. Dê uma pesquisada na internet ou pergunte ao gerente de seu banco. Você vai ver que não estou mentindo.
Vamos dizer então que a perda de dinheiro mensalmente seja aceitável, já que a residência é sua, um investimento familiar, você tem sua “terra”. Agora vamos envolver os custos operacionais da residência, que chamamos de “depreciação”. Por depreciação pode-se entender como sendo o custo ou a despesa decorrentes do desgaste ou da obsolescência dos ativos imobilizados (máquinas, veículos, móveis, imóveis e instalações) de uma empresa e/ou investimento.
Legalmente falando, toda e qualquer manutenção de uma residência, seja a pintura da mesma, problemas com encanamentos, infiltrações, pisos soltos, janelas com problemas, problemas elétricos e muito mais, são de responsabilidade do proprietário, não do locatário. Um imóvel mais novo diminui esses “riscos” envolvidos no investimento e um imóvel antigo aumenta os “riscos”. Temos de levar em conta impostos como o IPTU que, apesar da prática no mercado ser do locatário pagar este valor, é de responsabilidade integral do proprietário.
Digamos que, anualmente, você gaste R$480,00 na manutenção do imóvel anualmente, o que corresponde a 2% do lucro anual obtido com o aluguel, que é de R$24.000,00. Já temos um investimento de lucratividade de 10% ao ano e que envolve muitos riscos. Não seria melhor então optar pela poupança, que rende um pouco menos mas envolve risco zero?
Agora, o caso é diferente se você pegar esse dinheiro para pagar pelas prestações de um imóvel novo e financiado. Aí sim, pode ser válido porque todo o dinheiro terá esse fim e terá um menor impacto no seu bolso. É importante só fazer um planejamento correto para que o contrato não exceda o tempo limite que você precisa para quitar o financiamento.
Ficou alguma dúvida pessoal? Se ficou, não fiquem envergonhados de perguntar nos comentários, ok?
Sobre o autor
Crédito ou débito? Esta é uma pergunta quase sempre feita ao se pagar com cartão mas é uma questão também comum na vida de muitos brasileiros. Com mais de 300 horas em cursos de finanças, empreendedorismo, entre outros, André formou-se em pedagogia e se especializou em educação financeira. Dá também consultorias financeiras e empresariais quando seus clientes precisam de ajuda e compartilha conhecimentos aqui neste site.
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